Por Márcio Bastos, especial para o JC.
Em 2011, o Recife recebeu o Festival de Teatro de Objetos, evento que reuniu, no Marco Zero, milhares de pessoas para assistir a uma vertente teatral pouco conhecida no País. Entre os que foram se aproximar dessas obras estava o ator Diógenes D. Lima, que se apaixonou pela linguagem e, desde então, não parou de pesquisar sobre o assunto. Desse processo nasceu o espetáculo O Mascate, a Pé Rapada e os Forasteiros, que reinventa a história do Recife e de Olinda, e cumpre temporada todas as sextas e sábados de maio, a partir de hoje, no Espaço Cênicas.
“Me encantei pela forma simples e mágica de contar histórias proposta pelo Teatro de Objetos. É uma linguagem poética acessível para todos os públicos”, explicou o ator, que na época do Fito participou da oficina com a francesa Katy Deville, uma das criadoras do gênero.
Em O Mascate…, Diógenes reimagina a história de Recife e Olinda a partir de elementos que marcam a identidade de ambas e que devem mexer com a memória afetiva coletiva. As cidades são apresentadas como amantes que vivem em uma espécie de Jardim do Éden até que chegam os portugueses e, posteriormente, os holandeses.
“O primeiro passo foi caminhar pelas duas cidades e buscar elementos que as representassem. Quis muito que as pessoas olhassem para os objetos e pensassem ‘nossa, isso é Olinda’ ou ‘isso é a cara do Recife'”, explica Diógenes.
Cada personagem é representado, claro, por um objeto: Recife é um martelo de madeira, enquanto Olinda, uma sombrinha de frevo; Portugal é uma garrafa de vinho… Irreverente, a obra não abre mão do sarcasmo e é voltada para o público mais velho, sendo recomendada para maiores de 16 anos.
A produção é composta pelo teatrólogo Marcondes Lima, que assina a supervisão artística do espetáculo juntamente com o ator e diretor Jaime Santos, do grupo La Chana da Espanha; Jathyles Miranda no plano de Iluminação; o bailarino Jorge Kildery nas coreografias; Arthur Canavarro na programação visual; Triell Andrade e Bernardo Júnior na direção de arte e Luciana Barbosa na coordenação de produção.
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